Núcleos envolvidos
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fortalecimento local

Organizações sociais –
formações e assessorias

Em um território vulnerável amplo, as organizações da sociedade civil somam esforços em uma rede capaz de diversificar o atendimento e as oportunidades à comunidade. Fortalecer essas iniciativas em São Miguel é uma forma de contribuir para ampliação das ofertas a crianças e jovens da região. Além do trabalho para melhoria da qualidade do ensino a partir de metodologia dos núcleos desenvolvido em parceria com as escolas públicas, a Fundação realiza, anualmente, o edital de formação para organizações da sociedade civil.

Em sua quarta edição, o edital apoiou dez instituições (veja boxe), dedicadas ao atendimento socioeducativo, mobilizadas para refletir sobre suas práticas pedagógicas e formular um plano educativo. Dois representantes de cada uma das organizações participaram dos encontros, que aconteceram durante seis meses, realizados em um trabalho conjunto com a Ficas e a Casa 7.

As organizações contempladas são de pequeno porte e a maioria nasceu por iniciativa da própria comunidade, por essa razão apresentam um forte grau de compromisso com a transformação social. Entre seus maiores desafios estão a ampliação e construção de estratégias de atendimento para os jovens, o investimento no desenvolvimento profissional das equipes de trabalho (gestão e pedagógica), o aumento dos vínculos com as escolas e famílias e o estabelecimento das relações de colaboração entre si.

Diagnóstico da realidade e levantamento de objetivos e estratégias no atendimento foram temas trabalhados com o grupo. Também estiveram em foco na formação estudos sobre teóricos da educação, como Paulo Freire e Jean Piaget. A ideia era unir a reflexão com a prática, traçando caminhos possíveis dentro da realidade de cada instituição.

A sistematização ganhou destaque entre os novos aprendizados. Educadores e coordenadores envolvidos na formação trabalharam no registro escrito de suas práticas, com levantamento das aprendizagens e recomendações para outros leitores.

Registrar o passo a passo de atividades pedagógicas ajudou a colocar no papel algo antes guardado apenas na memória dos educadores. A reflexão para a redação transformou o trabalho de cada organização em um objeto de estudo. Com isso, a descoberta da autoria surgiu como uma possibilidade de ser também uma referência para avaliação de acertos, erros e a construção de novos saberes.

A Fundação também apoiou as organizações do território por meio de assessorias. Instituições integrantes dos Jovens Urbanos – projeto do Cenpec com objetivo de promover o desenvolvimento de sensibilidades e o envolvimento reflexivo dos jovens com os territórios da cidade – contaram com os núcleos Mundo Jovem e de Comunicação Comunitária para colocar em prática as ideias de intervenção.

Os oito jovens da organização Ibradesc propuseram uma ação de prevenção ao uso de drogas em escolas do bairro. Para eles, a ação poderia contribuir para esclarecer dúvidas e ampliar as reflexões sobre a temática. A escola foi escolhida porque, na avaliação do grupo, “é um espaço que deve se preocupar com a vida dos jovens e onde seria possível encontrar maior número de jovens”.



O maior desafio estava em desenvolver uma atividade atrativa para os alunos, e o Núcleo Mundo Jovem deu suporte a essa ação. Nos encontros formativos, a partir de leituras, estudo de oficinas e investigação na região, os jovens criaram uma gincana com três eixos: informação sobre tipos e efeitos das drogas, motivações para uso e os lugares para tratamento existentes no território.

O passo seguinte era conseguir autorização das escolas para a realização dos eventos. A resistência inicial foi justificada pelo receio da falta de habilidade dos jovens para tratar de um tema visto como tabu, porém o grupo conquistou o espaço para realização com apresentação de argumentos sobre a proposta.

O evento foi realizado nas Escolas Estaduais Pedro Moreira Matos e Carlos Gomes, com a participação de 300 alunos, do 8º ano do Ensino Fundamental. Além de dar luz ao tema, o grupo destacou o despertar da vontade por atuar pela melhoria da qualidade de vida no território como um dos maiores ganhos.



Organizações – Edital 2012

  • Ação Comunitária São José Operário
  • Associação Brasileira de Educação e Cultura (Abec) – Centro Social Marista
  • Associação Cultural, Educacional, Desportiva Projeto Acreditar
  • Associação Liga Leste das Escolas de Esportes e o Núcleo Reabilitar de Atenção Biopsicossocial (Liga Leste Reabilitar)
  • Centro de Juventude União Cidade Líder
  • Grêmio Recreativo Cultural Social Bloco de Samba Vamo Q Vamo
  • Instituto Pombas Urbanas
  • NUA – Nova União da Arte
  • Sociedade de Ensino Profissionalizante e de Assistência Social (Sepas)
  • União Social Brasil Gigante

Criar um movimento de reflexão e ação capaz de intervir na comunidade pelas vias da comunicação. Assim atua o Núcleo de Comunicação Comunitária. Em 2012, a parceria com o Programa Jovens Urbanos deu suporte aos educadores das organizações da zona leste e da zona sul, além do trabalho desenvolvido com os jovens que escolheram a comunicação como forma de expressar os seus anseios para a região onde vivem.

Baseados na publicação Educomunicação em Movimento, os educadores entraram em contato com a metodologia de atuação do núcleo. A proposta envolveu o grupo em uma nova forma de atuar com jovens, tendo ferramentas como rádio e TV de rua, jornal comunitário e blogs como meio de ensinar e aprender. O exercício dessa prática aconteceu a partir do tema Habitar É Comunicar, que propõe pensar a cidade e o papel de cada cidadão no seu contexto.



Essa proposta desencadeou também um exercício de preparação para a Conferência Rio+ 20, com a produção do documentário Diálogos Intergeracionais, que teve o envolvimento dos 20 educadores e de seus 85 educandos. O vídeo traduz a visão de moradores de diferentes bairros da zona leste sobre sustentabilidade.

O apoio para a produção de dois documentários formou o elo entre o Núcleo de Comunicação Comunitária e os 20 jovens do Centro Educacional Ademir Almeida de Lemos e da Sociedade Vila Mara. Roteiro, direção e edição resultaram nos vídeos Olhar dos Jovens, Olhares Urbanos, um registro do Programa Jovens Urbanos na região, e Imagens e Sons do Meu Pedaço, com a história do bairro. Uma rádio web foi a criação orientada dos dez jovens da organização Sociedade de Ensino Profissional e Assistência Social (Sepas).

Fotos: Equipe FICAS